sábado, 31 de agosto de 2013

Do conhecimento, do comedimento

Eu ainda andei sozinha pelo corredor. Sentia uma ternura e descobrira algo maior que a vida. Havia uma verdade além dos olhos maquiados que eu vira no espelho. Havia um caminho meu, um rumo que eu decidira tomar. Não me sentia só. Não estava.
Sentindo um vento que batia suavemente em mim, trouxe conhecimentos da alma e da razão. Isso me bastou.
Fui tomada por um torpor que me impedira de ser arrogante desde cedo. Eu sabia que tudo não era somente ter, eu sabia, nada além disso. Precisamos ser menina, gritava a mim mesma.
A coragem agora se instalara.
 Quanto ao amanhã ele chegaria, com o Sol entrando lentamente, anunciando mais uma novidade de mim mesma. Eu jamais falaria sobre, é só um sentir.
A verdade é aquela que nunca fora dita. Aquilo que se explica, nas medidas humanas se perde. Torna-se, assim, mais um legado, mais uma história, nada além de páginas soltas de alguém.
Eu saberia de mim nos momentos de não saber, como esse, quando algo chamou-me ao corredor, quando algo senti e não consegui explicar.
Eu apenas senti, e deixei algo perdido no vento, arrepiado, algo novo vivia e não podia agora parar.
Eu ainda escreveria muitas vezes, pela madrugada, quando o rosto lavado, olhando a minha prateleira de livros e as fotos pela parede, eu poderia ficar nua de mim, viva, minha, dona.
E assim eu sei realmente ser feliz, Caramba, eu sei.

Talissa Santana

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