quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Sendo criança, descobri o amor.

Os horários e a loucura do dia-a-dia não servem de desculpa pra não ver a vida como uma criança. O cansaço, o stress e a rotina são inerentes à atividade. Eles moram em você. E mesmo viajando pro outro lado do planeta vão continuar guiando a sua visão de mundo, se você não se dispuser a enxergá-lo como criança. Organizar uma viagem está entre as atividades mais estressantes, concorrendo com estudar para uma prova ou esperar o resultado do vestibular. E não é de nada disso que é feita a vida de uma criança.
Levar uma vida de criança é saber que malas podem se perder pelo caminho, o tempo às vezes vai fechar e algumas rotas vão ter que ser alteradas por isso. O mundo vai parecer um lugar injusto e você vai se desiludir com o ser humano. Pra depois perceber que são os contratempos que te ensinam a se organizar melhor pra próxima aventura, e que é deles que são feitas as melhores histórias.
É, ao acordar, decidir em qual parte do dia você vai tirar férias. Se vai se transportar pra outro continente provando uma comida diferente, ou pra dentro de uma outra vida escutando a história da copeira ou do taxista com todos os ouvidos do mundo. Também é pular de um lado pra outro da casa, escorregando nas meias e cantando em alto e bom som a música da galinha pintadinha,ou outra música que faça seu coração pular.  Olhar pra todos os lados antes de atravessar, por segurança, mas também sempre antes de seguir em frente, por curiosidade.
Pra quem criança pela vida, o amor é verão. Daqueles que a gente anda bobo apaixonado pela praia, um frescor quentinho de brisa no rosto. Aperta forte a mão como pra segurar aquele amor pra sempre, e sabe que aquilo é muito mais importante do que saber se ele gosta de coldplay ou não.
Assim como na hora de planejar um roteiro, as crianças sabem que algumas pessoas são seus destinos, enquanto outras são só passagem. Uma baldeação entre um momento e outro da vida. Um encontro ao acaso. Uma surpresa grata ao dobrar uma esquina errada porque se perdeu dos pais.
E existe um número finito de itens que se combinam para formar um destino com alguém. Mas há que se prestar atenção nos detalhes. Um sabor novo. Um cheiro que parece velho conhecido. O ritmo. Aquele sinal em um lugar escondidinho, desbravado por você. O acento diferente no final das frases quando a pessoa escreve. E quando o conjunto dessas coisas despertarem a vontade de aguçar o ouvido para aprender e entender mais sobre esse outro alguém, é bem provável que tenha se deparado com uma pessoa que fará parte do seu destino. Porém, é necessário ser criança para descobrir essa pessoa.
Ser criança é ter pra onde voltar depois de uma jornada. Mas não por isso perder o apetite de baldear por novos mares. Ter pra onde voltar, aliás, é o que diferencia uma criança de alguém que vaga aleatório pelo mundo.
É saber que o que se leva na bagagem da ida é muito menos importante do que os souvenires que trazemos no coração na hora da volta. Que no fim das contas são essas as coisas que vão enchendo a mochila do mickey que a gente carrega sempre junto da gente, enquanto segue viajando.

Talissa Santana.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Do que aprendi.

Do que aprendi

Sempre gostei de sonhar,me encontrava assim. No avesso. No final de todas as minhas emoções nascia pura novamente. Para mim o tanto que me apresentavam nunca era o bastante. Eu era tão limitada e tão fluida que me choquei nas bordas da minha própria existência.
Nessas bordas eu encontrei o inacessível calabouço de quem não se contenta em sonhar.
Se eu voasse você alçaria vôos comigo? E se você não conseguir eu ficarei na terra procurando uma maneira de trazer o céu.
Mas isso não me bastaria,já que sou humana e me machuquei lá no fundo quando você não quis ousar.
Andei um pouco na poeira e em desertos,sertões solitários. Lá no silêncio árido,pude realizar alguma beleza infinita.Vi alguns sonhos acordados. A lágrima que teimava em cair,secou. Me tornei antiga e mais sábia,porém mais nova não pudera ser.


Talissa Santana

























quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Seus olhos

Amor, vamos revirar as ruas por aí. Andar por elas ao contrário. Com as verdades estampadas na testa. Para que todos vejam o que realmente somos. Sem filtros. Ou talvez, uma peneira, com pequenos furos, por onde a claridade possa passar. Assim, irradiando o que sentimos. Inconstâncias, não existem dentro de mim. Sei o que tenho, sei o que quero, você, apenas. Ou sei. Apenas não mostro. Não vamos esconder tudo. Guardemos para o mundo. Percebo que compartilhar vale a pena. Nos apequena a mesquinhez. Sabemos o que somos. Queremos mais. O que nutre nosso espírito não encontramos figurado. Vai além. Desperta outros sentidos. Aqueles que sentimos quando estamos juntos. Estão trancafiados. Guardados a sete chaves. Pois são precisosos demais, os mais importantes para mim. O que buscamos não é insólito, apesar do que dizem. Somos  compatíveis. Sei muito bem disso, pois falo com quem me ouve pacientemente. Sem muito ter que explicar. Sem muito ter que perguntar. Eu sei, bem demais, você me conhece, já te conheço. Poderia entrar na tua casa, colocar todas as músicas que tu gostas. Dançaríamos a nossa dança.  Juntos. Por tempo suficiente desfrutaremos momentos nossos. Seguros de nós mesmos, criamos algo nosso. Na minha casa, na sala onde não tem cortinas. Ignorando os vizinhos. Somos assim. Não nos importamos com a opinião alheia. Sabemos o que sentimos quando nos olhamos. Trocamos palavras pelos olhares.  Não preciso te explicar nada. É assim, simples, indolor. Sem calmantes ou analgésicos. Contigo a vida flui. Quase sem palavras me fazes rir. Quando fala, meus olhos se iluminam, amo ouvir-te. Sou leve agora. Nos sorrisos que trocamos esquecemos o peso do mundo. O mundo não tem graça sem o seu olhar radiante. Achamos ridículo, de certa forma, conseguimos ficar irritados, com as mazelas do mundo, com as pessoas ruins e arrogantes, as quais nunca nos tornaremos. Reclamamos. Dois minutos de silêncio. Nos olhamos, caímos na gargalhada. Apenas tu tens o poder de me virar do avesso. Eu te amo por completo, e quero absorver tudo do amor da minha vida pelo resto dos meus dias. Te amo meu príncipe!

Talissa Santana

terça-feira, 10 de setembro de 2013

E eu às vezes fico sem saber como escrever.
Principalmente sobre você.
Eu queria tanto ser tocada da sabedoria incomum, para usar as palavras que somente existem em algum lugar, muito longe, do todo distante para expressar tudo que sinto. Tudo que você significa para mim.
E se você não as compreendesse, eu as imprimiria através de beijos por todo seu corpo.
Eu então, derrubarei do céu a chuva fina da madrugada que molha, suave, o guarda-chuva que a alma de poeta não carrega.
 Tirarei você para dançar aquela música sussurrada que percorre as esquinas e que somente nós ouviríamos.
Eu pertenço a você dissolvida em seu sangue, entende? Não há mais volta.
É dai que eu nasço todo dia como o sorriso que você marcou no calor da minha emoção. E saberia.
A sua. Toda sou: Sua.
Nua eu viveria de sua impressão sem pressa sobre meu corpo. Sem pedir para acabar. Sem querer o fim.
Eu derramarei uma lágrima pesada se isto, daquelas de olho que não quer fechar. De algo que não deseja doer. Quando você chorar.
Do seu amor , eu guardo o toque e o gosto da felicidade. Eu guardo tudo, cada momento, guardo você. Mesmo quando está longe. Mesmo assim, sinto-o. Mais forte que isso existe?
Não sei teorizar sobre o amor, sobre esse amor que sinto. Apenas sinto. Apenas amo.
Acredite rapaz, o amo sem medidas, sem dualidade, sem limite. O amo!

Talissa Santana.

sábado, 31 de agosto de 2013

Do ar

Respira! Ainda há ar, fôlego, a batalha até a superfície, para então respirar novamente, renovada das profundezas de si mesma...O mar, o mar, dentro de mim de encontro a encosta, a ressaca a minha fúria eterna, de querer mais espaço para banhar de minha força tudo ao redor, sempre mergulho até tocar o chão, para saber que dali só há o retorno, nada além de voltar de mim para mim, um eterno ciclo, de sal e água, no corpo e no rosto, lavando tudo, e me trazendo o novo sem esperanças falsas, sem ilusões, só a verdade quando grito o ar dos pulmões, quando escrevo sem pontos e para aquilo que não tem fim.

Talissa Santana

Do conhecimento, do comedimento

Eu ainda andei sozinha pelo corredor. Sentia uma ternura e descobrira algo maior que a vida. Havia uma verdade além dos olhos maquiados que eu vira no espelho. Havia um caminho meu, um rumo que eu decidira tomar. Não me sentia só. Não estava.
Sentindo um vento que batia suavemente em mim, trouxe conhecimentos da alma e da razão. Isso me bastou.
Fui tomada por um torpor que me impedira de ser arrogante desde cedo. Eu sabia que tudo não era somente ter, eu sabia, nada além disso. Precisamos ser menina, gritava a mim mesma.
A coragem agora se instalara.
 Quanto ao amanhã ele chegaria, com o Sol entrando lentamente, anunciando mais uma novidade de mim mesma. Eu jamais falaria sobre, é só um sentir.
A verdade é aquela que nunca fora dita. Aquilo que se explica, nas medidas humanas se perde. Torna-se, assim, mais um legado, mais uma história, nada além de páginas soltas de alguém.
Eu saberia de mim nos momentos de não saber, como esse, quando algo chamou-me ao corredor, quando algo senti e não consegui explicar.
Eu apenas senti, e deixei algo perdido no vento, arrepiado, algo novo vivia e não podia agora parar.
Eu ainda escreveria muitas vezes, pela madrugada, quando o rosto lavado, olhando a minha prateleira de livros e as fotos pela parede, eu poderia ficar nua de mim, viva, minha, dona.
E assim eu sei realmente ser feliz, Caramba, eu sei.

Talissa Santana

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Amor

Sorri e olha para mim. E aquela luz me aquece e meu corpo reage. Indo. Fui.
Beijei você na ponta dos pés . Eu te olho e não desejo mais nada. Você sorri, segura meu rosto com as duas mãos. 
Você me deitou brincando com meus pés "tão pequenos", e eu disfarço a ternura quando olho para você. Eu não posso ser frágil. Não, não. E você me abraça, e eu queria dormir ali para sempre. Adormeço enquanto você, tão lindo, diz algo sobre a vida. Eu fico sua confidente, muda.
E você me deixa em casa. Eu finjo que quero descer, mexendo no bolso reclamando que nunca acho a chave. Você me ajuda. A luz , tão direta, incide nos seus olhos e eu não quero acreditar na beleza justa e franca que vejo. Eu fico lá perdida, navegando.
E você novamente prende meu rosto em suas mãos, acha engraçado, "tão pequena", e eu mordo o canto da boca. Você me morde fraquinho, e eu quero voltar para te abraçar. 
Eu chego na aula, e lá está você no canto, a mão apoiando a cabeça. Eu sento ao seu lado e não sei o que fazer.
Eu ouço suas notícias do dia. 
Fiquei, com o corpo tremendo. E você me puxou de volta e me abraçou tão perto, que eu não consegui. Mas você me deu abrigo, me deu carinho e uma mensagem de boa noite "ainda está acordada?".
Eu fujo para te encontrar. Eu sorrio para ser um pouco de você, Você me deixa tão eu, pequena menina que balança os pés. Doce, brincando no meu caderno, você escreve algo que descubro depois.
Você me faz lembrar de algo melhor, nos seus olhos, nas sua mãos, no seu corpo protegendo o meu. Eu agora nada posso escolher. Apenas você.

Talissa Santana

Da criação

Eu tinha algo da mulher que, hoje, varria a varanda. Ela fora a minha mãe há muito tempo, quando eu ainda era uma criança e ela me fazia sentar à mesa da cozinha para decorar a tabuada. Eu não entendia o porquê disso tudo. Afinal, o sol era quente e tinha um quintal lindo lá fora de coisas de descobrir.
E eu tinha a irresignação dos punhos cerrados que calavam as discussões na mesa de jantar: Meu pai. E, ainda, aquela queimação em busca de conformar: alguns goles de vodka ouvindo o noticiário da televisão.
Aprendi assim, fugindo para algum lugar que eu não conhecia: Eu.
Mas vejo deles dois a minha matéria mais humana e forte. Quando do tombo eu levanto, ainda estão os braços da mulher aflita e zelosa.
Quando alguma lágrima insiste em fracassar, existe a lição do homem que nunca desistiu mesmo com medo.
Nunca fora perfeito para os outros. Fora perfeito para mim. Foi o suficiente para me levar para longe e sempre voltar.
De todos os seus erros, eu tento aqui acertar o meu passo. Seja ele trôpego ou sonhador, seja como for, eu jamais pararei. De todos os percalços meu aprendizado. Eu jamais desistirei, sempre procurarei o melhor, o mais belo, aquilo que me ensinas até hoje. Volto tarde hoje em dia, mas sempre ligarei para dizer o quanto os amo.


Talissa Santana
Dessa vez decidi descortinar o véu das imposições errôneas,visitei os porões da minha inconsciência e vislumbrei a vida por debaixo da vida. Percebi meus encontros com a escrita e me deparei com dezenas de folhas rasgadas, lançadas no lixo. Foi autêntica a minha ignorância em não enxergar que basta sentir,não explicar. Simples assim.

Talissa Santana

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Você

A distância da sua vida me ensinou a solidão mais pungente. Porque entre todos os lugares que vou, estou encarcerada dos sentidos e das lembranças do que foi, do que é bom. Às vezes sinto uma enorme muralha do que vem de dentro e me impede de sorrir, pois essa falta de você gera aquele vazio incólume. Eu poderia te carregar pra um lugar melhor, onde veríamos a vida, longe dessa gente chata e burocrática. Te mostraria a vida simples e bela a qual tanto exponho e sonho. Te proteger desses finais lentos e desgastantes em que as pessoas apoiam suas vidas.
Deixei há muito de compreender muitas coisas, sinto cada vez mais que a sabedoria é pros mais antigos, a idade é realmente uma virtude.
Todo esse sentimento é estranho, como se eu fosse capaz de voar, mas meus pés permanecem presos ao chão.
Permaneço gritando que não quero esse destino cego que muitos planejam para si, sempre a espera de algum acontecimento maior, um evento predestinado. Falta escrever na minha testa que a felicidade está ao seu lado, mas apenas os mais atentos a observam e a adotam.
Acredito que possuo grandes asas, mas leves, pois no mais das vezes, consigo levitar, sentir a poeira em baixo dos meus pés, subir e buscar você lá de cima. E fugir para uma terra distante, alta e com o horizonte livre. Sentir aquela sensação no peito, onde apenas a felicidade real e a esperança são capazes de proporcionar.
E eu apenas peço, tão pouco, é quase nada, que você me conforte e em silêncio compreenda o incompreensível junto de mim com todas as palavras que só o silêncio maior produz.

Talissa Santana

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Da fênix

Era assim, ela, além dos limites, não sabia onde os encontrar, nem sabia se os mesmos se encaixavam nela. A minha existência é realmente um alerta, não sou normal, nunca fui.
Ando com um sorriso abestado, respiro pelos lugares errados, busco constância pelos lugares indevidos. Sai força sei lá da onde, apenas sei que tenho, coloco pé ante pé e saio por ai cantarolando aos ventos.
Treinei por alguns anos para isso dar certo. Padecer é bom, nos revela e nos modela. Nos faz livres.
Dizem que se morre para virar outra pessoa. Bom, creio eu que já morri algumas vezes. Já presenciei a morte também daqueles que convivo, foram momentos de escolha, morremos para renascermos como a fênix. Gosto da ideia que paira por ela.
Honestamente, já me matei algumas vezes para que no momento em que me encontro, sinta ao menos um leve orgulho de quem me tornei. É tudo muito necessário, é preciso que alguém morra, para florescer alguém novo e melhor.
"Prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".
 Essa frase não é minha, mas como diria Woody Allen, se for plagiar, que seja dos melhores.

Talissa Santana

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Das passagens

A vida sempre renascendo da cinzas em um banho de purificação.
Observou o grande dia que trespassava pelos seus olhos. Decidiu de vez enxergar por detrás do olhar. Livrou sua mente do corriqueiro e permitiu a sua velha conhecida viver grandemente grande.
A lógica crua e impaciente, a fez pensar.
" Deus tem me dado muito do que pedi, mas mais ainda me deu o que eu precisava."
Esta frase surgiu como uma esperança. Sim, tudo acontece com um propósito. Aprendeu sim da maneira mais abrupta que alguém poderia passar. Sentiu Deus nos ares da noite, ajoelhou-se sobre seus pés e as lágrimas corriam. Era criança mais uma vez. Sentiu-se compreendida e parte da criação do mundo. Uma grande paz a invadira, poderia ser ela, Deus e a felicidade alegre que tanto lhe recordava.

Talissa Sanatana

Das alegrias

Sei que estou livre. De fato, hoje sei.
Caminhando no retorno das estrelas, percebo algo em mim de muito antigo e de muito novo. Não há culpas, desculpas ou mágoas. Somente lembranças e sentimentos vivenciados cotidianamente, leves. E o tempo escrevendo a história como nunca antes. Tudo isso, na solidez da alegria e da confiança.

Talissa Santana

Das verdades da vida

Sei que gosto de ficar só, 
mas gosto mais ainda de estar com amigos queridos.Percebo o quanto devo manter-me fiel à verdade da vida. Mesmo cruel em alguns momentos,nos brinda com momentos tão completos que fazem tudo valer a pena.
Só porque compreendemos o mecanismo de certas coisas não significa que elas não sejam milagres.
O resto a gente ajeita,vai saber...

Talissa Santana.