quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Da criação

Eu tinha algo da mulher que, hoje, varria a varanda. Ela fora a minha mãe há muito tempo, quando eu ainda era uma criança e ela me fazia sentar à mesa da cozinha para decorar a tabuada. Eu não entendia o porquê disso tudo. Afinal, o sol era quente e tinha um quintal lindo lá fora de coisas de descobrir.
E eu tinha a irresignação dos punhos cerrados que calavam as discussões na mesa de jantar: Meu pai. E, ainda, aquela queimação em busca de conformar: alguns goles de vodka ouvindo o noticiário da televisão.
Aprendi assim, fugindo para algum lugar que eu não conhecia: Eu.
Mas vejo deles dois a minha matéria mais humana e forte. Quando do tombo eu levanto, ainda estão os braços da mulher aflita e zelosa.
Quando alguma lágrima insiste em fracassar, existe a lição do homem que nunca desistiu mesmo com medo.
Nunca fora perfeito para os outros. Fora perfeito para mim. Foi o suficiente para me levar para longe e sempre voltar.
De todos os seus erros, eu tento aqui acertar o meu passo. Seja ele trôpego ou sonhador, seja como for, eu jamais pararei. De todos os percalços meu aprendizado. Eu jamais desistirei, sempre procurarei o melhor, o mais belo, aquilo que me ensinas até hoje. Volto tarde hoje em dia, mas sempre ligarei para dizer o quanto os amo.


Talissa Santana

Nenhum comentário:

Postar um comentário